segunda-feira, 7 de novembro de 2011

versão feminina para a origem do homem





Um dia, no jardim do Éden, Eva disse a Deus:
- Deus, tenho um problema!
- Qual é o teu problema, Eva?
- Deus, sei que me criaste e me deste este maravilhoso jardim e todos estes maravilhosos animais e esta serpente tão graciosa, mas... não sou feliz.
- Porquê, Eva? - disse a voz lá de cima.
- Deus, estou sozinha e não agüento comer mais maçãs.
- Bem, Eva, nesse caso, tenho uma solução. Criarei um homem para ti.... -
- O que é um homem, Deus?
- Um homem será uma criatura defeituosa, com muitos atributos negativos. Mentiroso, arrogante,vaidoso; em resumo, fará da tua vida um inferno. Mas, será maior, mais rápido, e vai caçar e matar animais para ti. Terá um aspecto estúpido quando ficar excitado, mas, para que não te queixes, criá-lo-ei com o objetivo de satisfazer as tuas necessidades físicas. Será patético e sentirá prazer em coisas infantis, como lutar e dar pontapés numa bola. Não será muito inteligente e vai precisar do teu conselho para pensar adequadamente.
- Parece ótimo - disse Eva com um sorriso irônico.
- Porém...
- Qual é o problema, Deus?
- Bem... irás tê-lo com uma condição.
- Qual, meu Deus?
- Como te disse, será orgulhoso, arrogante e egocêntrico.. . Assim terás que deixar que ele acredite que eu o fiz primeiro.

CULTURA E SOCIEDADE



Cultura

São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identifica uma sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos. Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica) quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil.

Iniciamos com trechos de uma carta resposta do líder indígena Seattle, na qual o mesmo recusa um convite de enviar alguns de seus jovens para estudar nas escolas de brancos:

“(...) Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficam ofendidos ao saber que vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.
(...) muitos de nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do norte e aprenderam toda vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome... falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores da Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles homens”.

CULTURA POPULAR
Um conceito simples e direto diz que “cultura popular é o conjunto de experiências adquiridas, imaginadas, criadas e recriadas pela maioria, contemplando suas tradições, costumes, modos, valores, crenças, folguedos, expressões artísticas, idéias, ações do cotidiano e conhecimentos”. De uma maioria que é a massa dos trabalhadores, hoje no Brasil, a massa sem emprego, sem teto, sem terra, sem dignidade, sem cidadania. Um enorme contigente, uma pária pura, induzida e enganada pela ideologia dominante, desprovida de bens materiais, com um baixo poder aquisitivo e subordinada pela força do capital. Essa cultura com bandeiras arriadas e estandartes danificados é engolida por uma indústria cultural organizada e repressora a serviço da classe dominante, que quer, a todo custo, impor uma nova ordem, pregando, defendendo e impondo uma cultura comum, globalizada e alienante, que desrespeita a história, a tradição, os mitos e as crenças populares.
CULTURA ERUDITA
Outra cultura em discussão é a chamada erudita. Louis Porcher diz: “Não há duvida de que até uma época recente a arte (vista aqui não como produto, mas sim como cultura), sempre teve na sociedade uma conotação aristocrática, enquanto exercício de lazer e marca registrada da elite”. É claro que a cultura, hoje dita como erudita, era na verdade a cultura popular de nossos colonizadores. Shakespeare era representado na Inglaterra, para o povo e pelo povo e lá ele era popular, era mestre como é mestre os nossos artesãos, nossos brincantes de reizados, coco-de-roda e de outros folguedos populares (vejam o filme Shakespeare Apaixonado). A comédia Del’Arte era popular no sul da Itália e na França (vejam o filme “Ciranu de Bejerac”), até mesmo no momento em que Molliere assume a sua paternidade e entregue-a a aristocracia francesa; Lopes de Veja era popular na Espanha, na época do teatro de ouro Espanhol; Gil Vicente e seus autos eram popular em Portugal e até recentemente, nesse século que se finda, Garcia Lorca era popular na Espanha com o teatro La Barraca se opondo ao Governo ditatorial e facista de Franco e Bertold Brecht era popular na Alemanha combatendo a força nazista. Essas grandes potências nos colonizaram e nos colonizam até os dias atuais, e se no passado histórico se fecharam em espaços excludentes para ritualizar e perpetuar suas culturas, enquanto os negros dançavam na senzala a capoeira e os índios festejavam suas guerras, caças e deuses da natureza, hoje usam a força dos meios de comunicação e se reúnem nos grandes supermercados culturais, que são as majestosas casas de espetáculos, teatro, casas de shows, arenas de rodeios, financiados e garantidos pelo poder público, restando ao povo, poucos deles por sinal, os sítios, beiras de praias, bairros periféricos, sem apoio, nem moral, para expressar a sua cultura.